Mundo dos Recados


domingo, 7 de dezembro de 2008

O verdadeiro Natal


Hoje quero escrever sobre o Natal. O Natal já está às portas. E dentro deste contexto, as várias tradições natalinas têm sua razão de ser. Até o Papai Noel tem razão de ser. Na realidade o Papai Noel já está bem velhinho: ele deve ter mais de mil anos de existência. Só que no começo era uma história muito bonita: havia um bispo chamado Nicolau. Era muito amigo dos pobres e das crianças. Sobretudo no período de Natal o seu carinho crescia ainda mais. Vestido com toda a indumentária própria do bispo (mitra e báculo), ele saía pelas ruas das vilas e cidades, levando presentes para pobres e crianças, e desejando a todos as bênçãos do Menino Deus. Esta é a raiz cristã da figura do Papai Noel. Em outros termos: o Papai Noel é uma figura que pode ser aproveitada, mas desde que não tire o lugar do Menino Jesus. A substituição do Menino Jesus e do mistério do Natal pela figura comercial do Papai Noel aconteceu por influência norte-americana. Com todas estas considerações, não pretendo negar que até mesmo o Papai Noel e outros símbolos menos tradicionais possam ter sentido. Assim, Papai Noel pode ser uma espécie de oportunidade para educar as crianças no respeito às pessoas de idade. Depende um pouco como é apresentada a figura do Papai Noel: por vezes é uma figura ridícula. Então não serve para nada. De qualquer forma, com ou sem Papai Noel, não podemos perder de vista o sentido profundo do Natal: por incrível que isto possa parecer, Deus mesmo veio morar entre nós. E isto aconteceu num lugar concreto, num tempo determinado. E isto não ocorreu há milhões de anos atrás: há apenas 2 mil anos, o que em termos de história representa pouco tempo. Maria concebeu de fato; o embrião teve uma evolução normal, até tornar-se feto; numa noite nasceu uma criança; esta criança chorava, mamava, dormia... aprendeu a falar, a caminhar... Depois se tornou adolescente... Teve amigos e amigas; teve parentes a quem visitava, na companhia de seus pais. Depois se tornou adulto. Iniciou um tempo de pregação e de milagres e foi condenado. Ressuscitou! Um dia voltará gloriosamente para colocar um belo fecho na história humana. Coisa incrível: Tudo foi feito por Ele e Nele tudo subsiste. Ele está na origem de tudo o que foi criado e nada foi criado sem Ele. Coisa incrível: este Deus se fez nosso irmão; partilhou de nossas vidas; trabalhou com mãos humanas, amou com coração humano!Não há dúvida: a história do Natal é uma história tão extraordinária que a gente até custa a acreditar. Para penetrar um pouco no mistério do Natal, convém que nos coloquemos diante de um presépio. Sabidamente, o presépio tem sua origem ligada a São Francisco, que mergulhou profundamente no mistério da Encarnação, ou seja, de um Deus que se fez ser humano, em tudo, menos no pecado. Levado por este mistério, São Francisco teve uma inspiração: numa noite de Natal, convidou o povo dos arredores de Assis, para, com tochas acesas nas mãos, subirem uma montanha. Todos caminharam até uma gruta. São Francisco cuidou que não faltassem alguns animais, como burrinho, boi, ovelha, cachorrinhos... Assim, em meio à mata, no coração de uma gruta, cercado de irmãos seus na fé, São Francisco fez todos reviverem o mistério do Natal naquela noite. O povo ficou profundamente impressionado... E a partir daí os franciscanos sempre foram propagadores do presépio. É que o presépio nos faz entender que em torno do Menino, e só em torno dele, é que pode ser construído um mundo mais harmônico. De fato, ali no presépio vemos pessoas simples, como Maria, José e os Pastores. Vemos também pessoas mais importantes, como os chamados “reis magos”, vemos anjos, representando a transcendência; vemos plantas e animais: é toda a Criação que encontra novo sentido junto ao presépio. Gostaria de pedir-lhes que ao lerem esta mensagem, não se esqueçam de deixar de lado o Papai Noel, para acolher o Menino Jesus. Com isto, abrimos nosso coração para um grande abraço: a todas as criaturas, ditas racionais e irracionais, porque as abraçamos no Amor de Deus que se manifestou em Jesus Cristo. Que por ocasião das festas natalinas e de fim de ano, este mesmo Amor de Deus nos una ainda mais, no cumprimento de nossa missão, com mais força e alegria.

0 comentários: